II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-031


Poster (Painel)
MH-031

Características dos casos de A. baumannii resistentes aos carbapenêmicos notificados na cidade de Porto Alegre

Autores:Andreza Francisco Martins (CGVS/POA - Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde) ; Mariana Pagano (UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul) ; Anelise Breier (CGVS/POA - Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde) ; Andrea Silveira Gomes (CGVS/POA - Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde) ; Afonso Luís Barth (HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre)

Resumo

Introdução: A. baumannii é um patógeno oportunista envolvido em um amplo espectro de infecções hospitalares, incluindo bacteremia, meningite e infecção do trato urinário, mas a maior prevalência é de pneumonia associada a ventilação mecânica. Em Porto Alegre, uma cidade com 1,4 milhões de habitantes e 7223 leitos hospitalares distribuídos em 25 hospitais, o primeiro caso de A. baumannii resistente aos carbapenêmicos (CRAb) foi identificado somente em 2004.  A partir de julho de 2007 o departamento de saúde local instituiu uma notificação para os casos de infecção/colonização. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os dados obtidos nestas notificações entre os anos de 2007 e 2008. Materiais e Métodos: Os dados foram coletados entre julho de 2007 e dezembro de 2008 em formulário específico encaminhado por semanalmente por correio eletrônico pelos Serviços de Controle de Infecção Hospitalar. A presença de carbapenemases do tipo MBL e OXA foi pesquisada através da técnica de PCR e a análise dos dados foi feita com auxílio do SPSS 16.0. Resultados e Discussão: Dezoito hospitais notificaram 1260 casos no período. 61,8% dos pacientes eram do sexo masculino e 50% tinham mais de 50 anos. A maioria dos casos de infecção ocorreu em pacientes submetidos a cateter venoso central, sonda vesical e ventilação mecânica (85,2%, 85,3%, 72,4%, respectivamente).As taxas de infecção mais elevadas foram encontradas em hospitais de trauma (9,8 e 6,3 casos/1000 pacientes-dia). Carbapenemases do tipo MBL e OXA foram pesquisadas em 584 isolados e o gene blaOXA-23 foi identificado em 95% destes. Nenhum isolado foi positivo para SPM-1, VIM-2 ou IMP-1. Conclusão: Considerando os dados descritos na literatura, as taxas de infecção da nossa cidade são bastante elevadas. Esse fato pode estar associado a disseminação do gene blaOXA-23 que foi identificado na maioria dos isolados. 


Palavras-chave:  A. baumannii, carbapenêmicos, infecção hospitalar, oxacilinases