Resumo

Neisseria meningitidis é agente causador de diversos processos infecciosos como meningite bacteriana e septicemia, que podem levar o indivíduo infectado à morte. Esta bactéria está presente no mundo todo se tornando importante objeto de estudo na área de saúde pública e possui diversos fatores de virulência, capacidade de transformação celular, adaptação genética e habilidade em adquirir mecanismos de resistência a antimicrobianos. Este trabalho teve como objetivo estudar as características fenotípicas e o perfil de suscetibilidade de 56 estirpes viáveis de Neisseria meningitidis isoladas de liquor e sangue no LACEN/PR, no período de 2007 a 2009. Os sorogrupos encontrados foram B (50%), C (45,6%), W135 (2,9%) e Y (1,5%). Com a finalidade de monitorar o perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos utilizados no tratamento e profilaxia da doença meningocócica, foi realizado o teste de suscetibilidade para 11 antimicrobianos (marca OXOID) seguindo a orientação do documento Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing; Twentieth Informational Supplement, M100-S20 (CLSI 2010).  O perfil de suscetibilidade à penicilina mostrou que 5,35% das estirpes estão no limite da sensibilidade (0,64µg/ml) e 10,71% com CIM intermediários (0,094µg/ml), demonstrando a diminuição da sensibilidade a beta-lactâmicos. O antimicrobiano sulfametoxazol-trimetropin recomendado para profilaxia de infecções por Neisseria meningitidis, foi a droga que revelou índice de resistência a 66,7% dos isolados e índices intermediários de 19,64%. Os outros antimicrobianos utilizados (ceftriaxona, cefotaxima, meropenen, clorafenicol, rifampicina, ciprofloxacina, azitromicina e minociclina) apresentaram-se todos sensíveis aos meningococos. O ácido nalidíxico foi utilizado para predizer a suscetibilidade às fluoroquinolonas. Para o controle de qualidade do teste foi utilizada a cepa de Streptococcus pneumoniae ATCC 49619.