II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-006


Poster (Painel)
MH-006Análise molecular da microbiota fecal de crianças de zero a doze meses de idade, utilizando biblioteca 16S rRNA. 
Autores:Fernanda Filomena de Oliveira (USP - ANÁLISES CLÍNICAS FCF) ; Daniela Suares Runga (USP - ANÁLISES CLÍNICAS FCF) ; Elizabeth Harummyy Takagi (USP - ANÁLISES CLÍNICAS FCF) ; Isabel Irino (USP - ANÁLISES CLÍNICAS FCF) ; Silvia Toledo Talarico (USP - ANÁLISES CLÍNICAS FCF) ; Marina Baquerizo Martinez (USP - ANÁLISES CLÍNICAS FCF) ; Carla Taddei (USP - ANÁLISES CLÍNICAS FCF)

Resumo

A microbiota intestinal humana desempenha um papel essencial no organismo saudável, pois essa sintetiza vitaminas, influencia no desenvolvimento e maturação do sistema imune da mucosa intestinal, além de exercer importante função protetora, competindo por nutrientes e receptores com bactérias patogênicas. A colonização desta microbiota se inicia na criança recém-nascida e alcança estabilidade em torno do segundo ano de vida, com consequência para a saúde da criança e do adulto. As diferenças na composição da microbiota estão relacionadas a diferentes níveis de contaminação ambiental e de diferentes fatores endógenos. O objetivo do nosso estudo foi analisar a microbiota fecal de crianças com idade entre dois dias a um ano de idade, que vivem em baixas condições socioeconômicas em São Paulo, Brasil. Foram coletadas amostras de fezes de crianças saudáveis, nos seguintes pontos pós-nascimento: 2º e 7º dias, 1 mês, 3 meses, 6 meses e um ano de vida. O DNA bacteriano foi extraído diretamente a partir das amostras de fezes, e as bibliotecas 16S rRNA foram construídas utilizando dois iniciadores bactéria-específica. Os clones foram selecionados aleatoriamente, parcialmente sequenciados e analisados com base em bibliotecas de gene 16S rRNA. Os principais grupos filogenéticos identificados foram Escherichia, Clostridium, Streptococcus, Bacteroides do primeiro ao trigésimo dia de vida. Esta microbiota foi substituída por Streptococcus, Escherichia e bactérias não cultiváveis, a partir do terceiro mês de vida. Estes dados analisados juntamente com as informações nutricionais, intercorrências clínicas e ambientais mostram a importância da contaminação ambiental e sugerem o aumento da complexidade na composição da microbiota fecal. O gênero Bifidobacterium não foi detectado em bibliotecas 16S rRNA, no entanto, esse foi observado em todas as amostras do 30º dia analisadas por PCR em Tempo Real. Essa abordagem molecular permitiu a análise da microbiota fecal de um grupo de crianças de São Paulo, Brasil. Esse perfil bacteriano é diferente do que é descrito nos países desenvolvidos.


Palavras-chave:  MICROBIOTA INTESTINAL, CRIANÇAS, METAGENÔMICA