II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-034


Poster (Painel)
MH-034A PRODUÇÃO DE TOXINAS POR Staphylococcus aureus NÃO SE RELACIONA À EVOLUÇÃO DAS PERITONITES EM DIÁLISE PERITONEAL
Autores:Carlos Henrique Camargo (UNESP BOTUCATU - Depto. de Clínica Médica/Faculdade de MedicinaUNESP BOTUCATU - Depto. Microbiologia e Imunologia/Instituto de Biociência) ; Taíse Marongio Cotrim Moraes (UNESP BOTUCATU - Depto. Microbiologia e Imunologia/Instituto de Biociência) ; Maria de Lourdes Ribeiro de Souza Cunha (UNESP BOTUCATU - Depto. Microbiologia e Imunologia/Instituto de Biociência) ; Jacqueline Caramori (UNESP BOTUCATU - Depto. de Clínica Médica/Faculdade de Medicina) ; Alessandro Lia Mondelli (UNESP BOTUCATU - Depto. de Clínica Médica/Faculdade de Medicina) ; Augusto Cesar Montelli (UNESP BOTUCATU - Depto. de Clínica Médica/Faculdade de MedicinaUNESP BOTUCATU - Depto. Microbiologia e Imunologia/Instituto de Biociência) ; Pasqual Barretti (UNESP BOTUCATU - Depto. de Clínica Médica/Faculdade de Medicina)

Resumo

S. aureus é um importante patógeno associado às infecções nosocomial e comunitária, e intoxicação alimentar. A produção de enterotoxinas, que têm atividade emética e de superantígeno, pode agravar o quadro das síndromes causadas por S. aureus. A pesquisa destas toxinas torna-se, por isso, importante para acompanhar a evolução dos quadros causados por este agente. Deste modo, objetivamos detectar, por dois métodos, as toxinas TSST-1 e enterotoxinas A, B, C e D, em isolados de S. aureus causadores de peritonites em pacientes submetidos à diálise peritoneal. Esta população foi selecionada, pois as infecções por S. aureus apresentam, historicamente, pior curso que as infecções causadas pelas demais espécies de Staphylococcus. Foram analisados 70 isolados, os quais foram submetidos à detecção genotípica, pela reação da polimerase em cadeia (PCR), dos genes sea, seb, sec, sed e tst e à detecção fenotípica das mesmas toxinas, empregando o teste de aglutinação de látex reversa passiva (RPLA). O teste de qui-quadrado foi utilizado para verificar associação com a cura ou não do episódio infeccioso (α=0,05). Para toxina A, 37 amostras apresentaram o gene sea, mas apenas 3 destas apresentaram teste fenotípico positivo; em relação à toxina B, 25 amostras foram positivas para o gene seb, enquanto 7 apresentaram produção in vitro da toxina; já em relação à toxina C, o PCR detectou 9 amostras positivas, das quais 2 foram positivas no RPLA; gene sed não foi detectado, bem como a toxina D; 9 amostras apresentaram o gene tst, enquanto 6 destas foram positivas no teste fenotípico para a TSST-1. No total, a peritonite evoluiu para cura em 34 (48,6%) episódios. Considerando concomitantemente a presença do gene e a produção in vitro da respectiva toxina, observamos 19 amostras positivas. Não houve diferença entre as taxas de cura para as infecções causadas por cepas positivas (52,6%) ou negativas (47,1%) para qualquer uma das toxinas (p=0,88). Estes resultados mostram que a evolução das peritonites por S. aureus não depende exclusivamente da presença do gene e da concomitante produção de enterotoxinas; outros fatores, sejam eles do hospedeiro ou do agente, devem estar implicados na evolução dos episódios das peritonites por S. aureus em diálise peritoneal.


Palavras-chave:  Peritonite, Diálise Peritoneal, Staphylococcus aureus, Toxinas, Evolução