II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-037


Poster (Painel)
MH-037INFECÇÃO DE CORRENTE SANGUÍNEA EM NEONATOS ADMITIDOS EM UMA MATERNIDADE ESCOLA DE MACEIÓ, ALAGOAS: PREVALÊNCIA DE BACTÉRIAS E MONITORAMENTO DE RESISTÊNCIA
Autores:Karina Cavalcante Beltrão de Castro (ICBS/UFAL - Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde) ; Alice Ramos Orsi (ICBS/UFAL - Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde) ; Viviane Martha Santos de Morais (ICBS/UFAL - Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde) ; Flávia Soares de Lima (CPML/UNCISAL - Centro de Patologia e Medicina Laboratorial) ; Renato Júnior Cavalcante da Silva (CPML/UNCISAL - Centro de Patologia e Medicina Laboratorial) ; Marcos Humberto Silva Lima (CPML/UNCISAL - Centro de Patologia e Medicina Laboratorial) ; Zenaldo Porfírio (ICBS/UFAL - Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde) ; Denise Wanderlei Silva (ICBS/UFAL - Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde)

Resumo

Introdução: A infecção de corrente sanguínea (ICS) é uma importante causa de morbidade e mortalidade em unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), sendo esta a infecção mais comum em neonatos admitidos nas UNTINs brasileiras. Nesse ambiente, o neonato apresenta alto risco de desenvolver infecções hospitalares, devido à exposição a uma variedade de patógenos e procedimentos invasivos. Além disso, o impacto clínico da ICS tem aumentado em virtude do isolamento de bactérias multirresistentes. Dessa forma, o objetivo do estudo foi avaliar a prevalência de bactérias isoladas em ICS de neonatos e monitorar a ocorrência de resistência bacteriana.

Metodologia: Foram avaliadas 679 amostras de hemoculturas, provenientes de neonatos admitidos na UTIN da Maternidade Escola Santa Mônica de Maceió, no ano de 2009. A identificação bacteriana foi realizada através de métodos convencionais e o perfil de susceptibilidade antimicrobiano e triagem de mecanismos de resistência foram determinados através do método de disco-difusão, seguindo os parâmetros recomendados pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Foram avaliados a resistência a oxacilina, produção de cefalosporinase cromossômica induzível (AmpC) e produção de beta-lactamases de espectro estendido (ESBL).

Resultados: Dentre as amostras de hemoculturas avaliadas, o diagnóstico confirmatório da ICS foi verificado em 17,5% (119/679) dos casos, nos quais, o isolamento de bactérias Gram-negativas foi de 58% (69/119), superior ao de Gram-positivas 42% (50/119). Os microrganismos mais frequentes foram Klebsiella spp. 36,1% (43/119), Staphylococcus coagulase negativa 25,2% (30/119), Staphylococcus aureus 16% (19/119) e Pseudomonas aeruginosa 8,4% (10/119). A produção de ESBL foi verificada em 59,3% (35/59) das enterobactérias, cuja menor frequência foi observada em bactérias do grupo CESP 28,6% (2/7) e a maior em Hafnia alvei 100% (4/4). Em P. aeruginosa, a produção de AmpC foi confirmada em 90% (9/10) dos isolados. Foi observada que 28,6% das bactérias do grupo CESP estavam conjugando AmpC, das quais são portadoras, com ESBL. A resistência a oxacilina foi verificada em 43,3% (13/30) dos Staphylococcus coagulase negativos e em 52,6% (10/19) dos S. aureus, todos com sensibilidade a vancomicina.

Conclusões: A positividade de hemoculturas foi compatível com a obtida em outros hospitais do Brasil, porém, o isolamento de enterobactérias foi superior ao de estafilococos. Elevados índices de resistência foram reportados frente a todos os marcadores avaliados, incluindo cepas com complexos padrões de susceptibilidade em virtude da conjugação de diferentes tipos de resistência.


Palavras-chave:  AmpC, ESBL, Infecção de Corrente Sanguínea, Neonato, Resistência a Oxacilina