Resumo

A seleção e propagação de cepas bacterianas resistentes, sobretudo em áreas críticas, tais como as unidades de terapia intensiva (UTI), têm assumido grande destaque no meio médico. Estes microorganismos tornam o ambiente hospitalar um importante foco de contaminação e/ou o reservatório de patógenos multirresistentes, que mais tarde alcançarão a comunidade. Estima-se que 5% a 10% dos pacientes internados são acometidos por infecções hospitalares. Esse número aumenta cerca de 5 a 10 vezes mais quando se refere a pacientes internados em UTI, devido ao seu estado clínico e aos procedimentos invasivos, podendo representar 20% do total destas infecções. Atualmente, a segunda causa mais comum de infecção hospitalar é a pneumonia, sendo responsável pelo alto índice de mortalidade resultante de infecção nosocomial. Dentre os microorganismos mais comumente associados a pneumonias hospitalares destaca-se o Staphylococcus aureus, pela dificuldade no tratamento em virtude da resistência aos antimicrobianos prescritos. O objetivo deste trabalho é verificar a incidência de pneumonia nosocomial causada por S.aureus sensível (MSSA) e resistente (MRSA) a meticilina em pacientes internados em UTI de dois hospitais de grande porte de Fortaleza/Ceará/Brasil. Foram analisados os prontuários de pacientes internados a partir do mês de maio de 2010, após o consentimento dos responsáveis legais pelos pacientes e a aprovação da pesquisa pelo hospital.  De todas as infecções hospitalares em UTI, 56,25% foram pneumonias, destas, 18,75% causadas por S. aureus, onde 12,5% são MSSA e 6,25% são MRSA. Esses resultados iniciais são importantes para alertar os profissionais de saúde quanto a incidência de infecções por este microorganismo, levando em conta o uso racional de antimicrobianos e a agilidade no início do esquema terapêutico, além da adoção de medidas profiláticas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.