II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MV-002


Poster (Painel)
MV-002SENSIBILIDADE ANTIFÚNGICA IN VITRO E ATIVIDADE DE FOSFOLIPASE DE Candida albicans ISOLADAS DE CALOPSITAS (Nymphicus hollandicus)
Autores:Débora Castelo Branco de Souza Collares Maia (UFC - Programa de Pós-Graduação em Microbiologia MédicaUFC - Centro Especializado em Microbiologia Médica) ; Raimunda Sâmia Nogueira Brilhante (UFC - Programa de Pós-Graduação em Microbiologia MédicaUFC - Centro Especializado em Microbiologia Médica) ; Manoel Paiva de Araújo Neto (UECE - Programa de Pós-Graduação em Ciências VeterináriasUFC - Centro Especializado em Microbiologia Médica) ; Guilherme Duarte Peixoto Soares (UFC - Centro Especializado em Microbiologia Médica) ; Carlos Eduardo Cordeiro Teixeira (UFC - Programa de Pós-Graduação em Microbiologia MédicaUFC - Centro Especializado em Microbiologia Médica) ; Rossana de Aguiar Cordeiro (UFC - Programa de Pós-Graduação em Microbiologia MédicaUFC - Centro Especializado em Microbiologia Médica) ; José Júlio Costa Sidrim (UFC - Programa de Pós-Graduação em Microbiologia MédicaUFC - Centro Especializado em Microbiologia Médica) ; Marcos Fábio Gadelha Rocha (UECE - Programa de Pós-Graduação em Ciências VeterináriasUFC - Centro Especializado em Microbiologia Médica)

Resumo

As calopsitas (Nymphicus hollandicus) representam a segunda espécie de psitaciforme mais criada no mundo, como animal de estimação, sendo, comumente, mantidas em íntimo contato com o homem. Sabe-se que as aves albergam, no trato gastrintestinal, leveduras potencialmente patogênicas para os seres humanos. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo determinar o perfil de sensibilidade antifúngica in vitro e a atividade de fosfolipase de Candida albicans isoladas do trato gastrintestinal e das fezes de calopsitas (Nymphicus hollandicus). Para tanto, foram avaliadas 60 calopsitas, as quais foram submetidas à colheita de material da cavidade oral e da cloaca, com auxílio de swabs, e do inglúvio, por meio da lavagem com solução salina estéril. As fezes foram coletadas do ambiente com auxílio de espátulas. As drogas anfotericina B, itraconazol e fluconazol foram testadas contra os isolados de C. albicans, por meio da técnica de microdiluição em caldo, segundo metodologia padronizada pelo Clinical Laboratory Standards Institute (documento M27-A2). Os mesmos isolados também foram avaliados quanto à produção de fosfolipase, em ágar gema de ovo. C. albicans foi isolada de 19/60 (31,67%) aves, considerando pelo menos um sítio anatômico avaliado e de 1/14 (7,14%) amostras de fezes. No total, 39 isolados foram obtidos, dos quais 16 eram da cavidade oral, 15 do inglúvio, 07 da cloaca e 01 das fezes. As concentrações inibitórias mínimas (CIMs) obtidas para anfotericina B, itraconazol e fluconazol variaram de 0,25 a 1 µg/mL, de 0,03125 a ≥16 µg/mL e de 0,25 a ≥64 µg/mL, respectivamente. Foi observado fenômeno de resistência a itraconazol e fluconazol em 14 (35,89%) e 04 (10,26%) dos isolados, respectivamente. Todos os isolados foram positivos para produção de fosfolipase, dos quais 29/39 (74,36%) apresentaram elevada atividade enzimática. Nenhuma das aves avaliadas havia sido previamente tratada com antifúngicos. Tal fato permite supor que o fenômeno de resistência observado esteja associado à utilização de derivados azólicos na agricultura, os quais são ingeridos pelas aves, juntamente com os grãos, em pequenas quantidades. Esses resultados mostram que as calopsitas podem representar uma ameaça à saúde humana, como fonte de infecções por C. albicans resistente, especialmente em indivíduos imunocomprometidos, crianças e idosos.


Palavras-chave:  Candida albicans, Derivados azólicos, Fosfolipase, Nymphicus hollandicus, Resistência