II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-010


Poster (Painel)
MH-010

Co-infecção relacionada a cateter por Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli produtoras de KPC-2

Autores:Robson Souza Leao (DIMIP-UERJ - Departamento de Microbiologia e Imunologia. UERJ) ; Ana Paula D´allincourt Carvalho-assef (FIOCRUZ-IOC - Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar) ; Danielle Ferreira Lima (DIMIP-UERJ - Departamento de Microbiologia e Imunologia. UERJ) ; Julio Cesar Delgado Correal (HUPE - UERJ - Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ) ; Rosangela Vianna Silva (HUPE - UERJ - Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ) ; Marise Dutra Asensi (FIOCRUZ-IOC - Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar) ; Elizabeth de Andrade Marques (DIMIP-UERJ - Departamento de Microbiologia e Imunologia. UERJHUPE - UERJ - Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ)

Resumo

O surgimento de Enterobacteriaceae resistente a carbapenêmicos é um desafio a saúde pública, destacando-se aqueles produtores de Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC). A ocorrência de KPC já foi apontada em várias regiões do mundo, em sua maioria em Klebsiella pneumoniae, embora já tenham sido detectadas em outras espécies. O gene que codifica a enzima KPC é geralmente encontrado em transposons relacionadas à plasmídios, portanto, o potencial de disseminação é significativo. Este é o primeiro relato de uma infecção de corrente sanguínea por K. pneumoniae e Escherichia coli produtoras de KPC-2. As amostras foram obtidas de paciente idoso, internado no Hospital Universitário Pedro Ernesto – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (HUPE-UERJ), com diagnóstico inicial de pneumonia e que realizava diálise peritoneal ambulatorial, devido à hipertensão. No terceiro dia de internação, após quadro séptico e aumento da creatinina sérica, foi iniciado hemodiálise por acesso venoso central. No vigésimo dia de internação, apresentou quadro febril e leucocitose. Suspeitou-se de infecção de corrente sanguínea, devido à presença do cateter, que foi confirmada com o isolamento de K. pneumoniae e E. coli. Os isolados foram positivos no teste de Hodge, apresentaram produtos de amplificação compatíveis com o gene blaKPC e o seqüenciamento dos amplicons mostraram similaridade com blaKPC-2. No teste de difusão em ágar, ambos foram resistentes as cefalosporinas, a combinação de beta-lactâmico / inibidor de beta-lactamase, aztreonam e a trimetoprim - sulfametozaxole e sensíveis a amicacina, gentamicina, imipenem (IMP), meropenem (MER) e ertapenem (ERT), entretanto com redução do halo de inibição para ERT. Foi determinado a CIM (Etest®) para IMP, MER e ERT. K. pneumoniae foi resistente aos carbapenêmicos testados, com CIM ≥ 32µg/mL. Entretanto, E. coli foi sensível aos carbapenêmicos, exceto para ERT (CIM 8 ug/mL). Este caso foi parte de um surto documentado na enfermaria de nefrologia após admissão de um paciente transplantado contaminado por K. pneumoniae produtor de KPC, oriundo de outro hospital. Enfatizamos a possibilidade do plasmídeo contendo o gene blaKPC-2 ter sido compartilhado entre diferentes gêneros. A detecção precoce e a implementação de medidas rigorosas de controle da infecção ajudou a controlar a disseminação de microrganismos resistentes no HUPE-UERJ.


Palavras-chave:  resistência a antibióticos, carbapenemase, KPC, Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli