II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-016


Poster (Painel)
MH-016

Ensaio da Mobilidade Eletroforética de Fitas Heteroduplas de DNA (MHMA): Método molecular para identificação da espécie de micobactéria

Autores:Christiane Lourenço Nogueira (UFSC - Análises Clínicas/Universidade Federal de Santa Catarina) ; Letícia Muraro Wildner (UFSC - Análises Clínicas/Universidade Federal de Santa Catarina) ; Beatriz da Silva Souza (UFSC - Análises Clínicas/Universidade Federal de Santa Catarina) ; Susie Coutinho Liedke (UFSC - Análises Clínicas/Universidade Federal de Santa Catarina) ; Darcita Buerger Rovaris (LACEN/SC - Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina) ; Rosemeri Maurici Silva (UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina) ; Paulo César Peregrino Ferreira (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Maria Luiza Bazzo (UFSC - Análises Clínicas/Universidade Federal de Santa Catarina)

Resumo

As micobactérias Não-Tuberculosas (MNT) compreendem cerca de 120 espécies, incluindo patogênicas, oportunistas e não-patogênicas. Podem produzir diferentes infecções chamadas micobacterioses, que são clinicamente indistinguíveis da doença causada pelo M. tuberculosis. O tratamento das micobacterioses é complexo, uma vez que cada espécie de MNT apresenta um perfil específico de susceptibilidade aos antimicrobianos. Por isso, a identificação da espécie é fundamental para a adoção de uma conduta terapêutica adequada e obter êxito no tratamento. Os testes fenotípicos tradicionais são trabalhosos e demorados, podendo levar até 6 meses para a identificação definitiva da espécie. Diante disso, o Laboratório de Biologia Molecular e Micobactérias da Universidade Federal de Santa Catarina (LBMM/UFSC) vem utilizando o Ensaio da Mobilidade Eletroforética de Fitas Heteroduplas de DNA (MHMA) visando agilizar a identificação da espécie de MNT. Este método possibilita a identificação diretamente a partir do escarro ou da cultura. Baseia-se na amplificação por PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) do DNA de regiões conservadas de micobactérias e na desnaturação e hibridização da mistura do DNA da amostra com o DNA de cepas-padrão. Este trabalho objetivou demonstrar a utilidade do MHMA como método rápido de triagem na identificação da espécie de MNT. Foram analisadas 75 amostras encaminhadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (LACEN/SC). As cepas-padrão utilizadas foram M. avium, M. kansasii, M. fortuitum, M. gordonae, M. massiliense, M. terrae, M. peregrinum, M. intracellulare, M. abscessus, M. flavescens, M. xenopi e M. szulgai, escolhidas de acordo com a literatura e a frequência das espécies em Santa Catarina, detectadas em anos anteriores pelo centro de referência nacional, nas amostras do LACEN/SC. Das amostras analisadas, somente 5 (6,7%) não puderam ser identificadas com os padrões selecionados, enquanto as outras 70 (93,3%) foram identificadas. Considerando-se que o tempo para identificação por este método é de cerca de 70 horas, os resultados deste estudo demonstram que o MHMA é eficaz para a identificação rápida da espécie de MNT e pode agilizar a abordagem terapêutica das micobacterioses. A vigilância epidemiológica das cepas circulantes possibilita a utilização dos padrões necessários à pronta identificação da espécie pelo MHMA.


Palavras-chave:  micobactérias, identificação molecular, MHMA