II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-025


Poster (Painel)
MH-025Análise por método molecular da ocorrência de Micobactérias Não-Tuberculosas no Estado de Santa Catarina
Autores:Letícia Muraro Wildner (UFSC - Análises Clínicas/Universidade Federal de Santa Catarina) ; Christiane Lourenço Nogueira (UFSC - Análises Clínicas/Universidade Federal de Santa Catarina) ; Beatriz da Silva Souza (UFSC - Análises Clínicas/Universidade Federal de Santa Catarina) ; Susie Coutinho Liedke (UFSC - Análises Clínicas/Universidade Federal de Santa Catarina) ; Darcita Buerger Rovaris (LACEN/SC - Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina) ; Rosemeri Maurici Silva (UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina) ; Paulo César Peregrino Ferreira (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Maria Luiza Bazzo (UFSC - Análises Clínicas/Universidade Federal de Santa Catarina)

Resumo

Além da tuberculose (TB) pulmonar e extrapulmonar causada pelo Complexo Mycobacterium tuberculosis (CMTB), tem crescido o número de casos por Micobactérias Não-Tuberculosas (MNT). Estas podem produzir diferentes condições clínicas envolvendo diversos órgãos ou sistemas, entretanto, a doença pulomonar causada é clinicamente indistinguível da doença por M. tuberculosis. Este trabalho teve por objetivo realizar a identificação das espécies de MNT que circulam no Estado de Santa Catarina e avaliar os sítios de infecção acometidos. Foram analisados 88 amostras de cultura de micobactérias com suspeita de ser MNT, que foram encaminhadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública para o Laboratório de Biologia Molecular e Micobactérias - LBMM/UFSC, no período de março de 2006 a setembro de 2009. Para a identificação da espécie, foi utilizado o método MHMA (ensaio da mobilidade eletroforética de fitas heteroduplas de DNA). Dos isolados analisados, 21 foram identificados como pertencentes do CMTB e 67 como MNT. Destas, 78,7% eram de crescimento lento e 21,3% de crescimento rápido, sendo as espécies mais frequentes M. avium (41,8%), M. fortuitum (13,4%) e M. kansasii (11,9%). Juntamente com M. intracellulare, M. avium compõe o Complexo M. avium (MAC), que representou 46,3% dos casos deste estudo e tem sido reconhecido com o principal responsável pelos casos de micobacterioses, após o advento da AIDS. Em relação ao sítio de infecção, o pulmão foi o órgão mais acometido (91%), o que confere com os relatos da literatura. Isso tem grande importância quando considerada a avaliação clínica do paciente, já que os sinais e sintomas são muito semelhantes nas micobacterioses pulmonares e na TB pulmonar. Considerando-se que as espécies pertencentes ao MAC são as mais frequentemente isoladas e que acometem principalmente o pulmão, já era esperada uma maior proporção de micobactérias de crescimento lento em relação às de crescimento rápido. O tratamento das infecções por MNT deve ser específico para cada espécie e considerando os resultados obtidos neste estudo, revela-se a necessidade da identificação da espécie de micobactéria a fim de se estabelecer uma conduta terapêutica adequada e obter êxito no tratamento.

 

 


Palavras-chave:  micobactérias, identificação molecular, MHMA