Resumo

Espécies do gênero Candida fazem parte da microbiota humana, entretanto estes microrganismos podem tornar-se patógenos oportunistas, quando fatores locais ou sistêmicos interrompem o equilíbrio da microbiota normal. Candida albicans é a espécie mais frequentemente encontrada, no entanto, infecções provocadas por C. não albicans vêm aumentando progressivamente. O objetivo do presente estudo foi avaliar a utilização da PCR (reação de cadeia da polimerase) e CHROMagar na identificação de isolados clínicos de secreção vaginal e da urina de pacientes atendidos em um laboratório público de Alagoas. As leveduras foram isoladas em YPD com cloranfenicol e identificadas através de meio CHROMagar e de sequências específicas de DNA. A extração de DNA genômico foi realizada pelo método do fenol/clorofórmio. Para amplificação por PCR foram utilizados os iniciadores espécie-específicos para as espécies de maior importância médica C. albicans, C. parapsilosis, C. glabrata, C. tropicalis e C. krusei. Das 115 amostras identificadas por PCR, C. albicans foi a espécie mais frequente em infecções geniturinárias com 66,9% (77), seguida de C. tropicalis 13,95 %(16), C. glabrata 12,2 %(14), C. parapsilosis 6,95 %(8) e 0% de C. krusei. Em relação à identificação por CHROMagar 103 (89,5%) isoladas foram identificados presuntivamente com C. albicans 65,3% (75), C. glabrata 10,4 % (12), C. tropicalis 13 %(15), C. krusei 0,9 % (1) e 12 isolados não puderam ser identificados. Entre os 115 isolados analisados 85,2 %(98) apresentaram resultados equivalentes pelos dois métodos, 10 amostras apresentaram resultados discrepantes da identificação por CHROMagar em relação a PCR. Dentre os 13 isolados de cor rosa, sugestivos de C. krusei, 12(92%) pertenciam a espécie C. glabrata. A técnica de PCR é capaz de distinguir com eficiência as espécies do gênero Candida, podendo vir a ser um procedimento para o diagnóstico das infecções por Candida sp. O CHROMagar deve ser utilizado com cautela na identificação presuntiva das espécies de C. albicans, C. tropicalis e C. krusei, no entanto, as colorações rosa e lilás são comuns em diferentes espécies de Candida (C. krusei, C. parapsilosis, C. glabrata), o que dificulta a interpretação dos testes, apresentando falha de sensibilidade ou especificidade.