II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-054


Poster (Painel)
MH-054DETERMINAÇÃO DA OCORRÊNICA DO GENE BLASHV EM ISOLADOS PATOGÊNICOS E NÃO PATOGÊNICOS DE Klebsiella pneumoniae
Autores:Dyana Leal Veras (CPQAM - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FIOCRUZUFPE - Departamento de Medicina TropicalLIKA/UFPE - Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami) ; Fábio André Brayner (CPQAM - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FIOCRUZLIKA/UFPE - Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami) ; Luiz Carlos Alves (CPQAM - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FIOCRUZLIKA/UFPE - Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami) ; Thiago José Matos Rocha (UFPE - Departamento de Medicina TropicalLIKA/UFPE - Laboratório de Imunopatologia Keizo AsamiCPQAM - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FIOCRUZ) ; Ana Catarina de Souza Lopes (UFPE - Departamento de Medicina TropicalLIKA/UFPE - Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami) ; Ana Paula Sampaio Feitosa (CPQAM - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FIOCRUZLIKA/UFPE - Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami) ; Maria Amélia Vieira Maciel (UFPE - Departamento de Medicina Tropical)

Resumo

Klebsiella pneumoniae é uma enterobactéria responsável por alta incidência de infecções hospitalares e na comunidade, principalmente em pacientes imunocomprometidos, muitas vezes pela auto-infecção da microbiota do paciente. Estas infecções são causadas geralmente por linhagens multirresistentes e produtoras de β -lactamases codificadas por genes como o blaSHV. Os antibióticos β-lactâmicos são os mais prescritos mundialmente e a produção de β-lactamases é o principal mecanismo de resistência a estes antimicrobianos. Neste estudo correlacionamos a presença do gene blaSHV com a resistência a antibióticos β-lactâmicos em isolados patogênicos de K. pneumoniae obtidos da comunidade e infecções nosocomiais, e isolados não patogênicos, obtidos da microbiota de indivíduos saudáveis em Recife-PE, Brasil. Foram utilizados 19 isolados de K. pneumoniae obtidos do Hospital da Restauração, Hospital das Clínicas e de um laboratório particular de análises clínicas, além de 4 isolados obtidos da microbiota de crianças saudáveis de uma creche da rede pública do Recife-PE. Para a identificação do gene blaSHV por PCR utilizamos os iniciadores: 5'-GGTTATGCGTTATATTCGCC-3' e 5'-TTAGCGTTGCCAGTGCTC-3'. O perfil de susceptibilidade dos isolados patogênicos de K. pneumoniae a cefotaxima, ceftazidima e aztreonam e dos isolados não-patogênicos a ampicilina e amoxicilina foi determinado por macrodiluição em caldo. O gene blaSHV foi detectado em 11 isolados patogênicos de K. pneumoniae. No entanto, nenhum isolado não patogênico estudado apresentou o gene blaSHV, sendo dois destes isolados resistentes a ampicilina e amoxicilina, com concentração inibitória mínima (MIC) acima de 32µg/ml para ambos os antibióticos testados. Quatro isolados patogênicos de K. pneumoniae apresentaram resistência a cefotaxima e a ceftazidima e três ao aztreonam, com MICs igual ou acima de 32µg/ml. Os isolados resistentes a estes antibióticos foram portadores do gene blaSHV. A ocorrência do gene blaSHV entre isolados nosocomiais e de infecções na comunidade diferem das encontradas na Europa e na África, onde foram observadas, respectivamente, taxas de 96% e 100% de ocorrência de β-lactamases do tipo SHV em isolados de K. pneumoniae. Este é, no entanto o primeiro estudo que determina a ocorrência do gene blaSHV em isolados de K. pneumoniae obtidos da microbiota de indivíduos saudáveis.


Palavras-chave:  Klebsiella pneumoniae, antibióticos β-lactâmicos, β-lactamases