II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MV-002


Poster (Painel)
MV-002CARACTERIZAÇÃO GENOTÍPICA DE CEPAS DE Listeria monocytogenes ATRAVÉS DA PFGE.
Autores:Renata Paixão (USP - VPS/Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) ; Luisa Zanolli Moreno (USP - Prática de Saúde Pública/Faculdade de Saúde PúblicaUSP - VPS/Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) ; Débora Dirani Sena de Gobbi (USP - VPS/Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) ; Daniele Cristine Raimundo (USP - VPS/Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) ; Ernesto Hofer (IOC/FIOCRUZ - Laboratório de zoonozes bacterianas/IOC) ; Maria Helena Matte (USP - Prática de Saúde Pública/Faculdade de Saúde Pública) ; Andrea Micke Moreno (USP - VPS/Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia)

Resumo

Introdução: Listeria monocytogenes é um agente zoonótico, transmitido por alimentos de origem animal, capaz de causar morte e abortamento no homem. Alimentos como a carne suína, têm sido relacionados com a transmissão da listeriose. No Brasil, existem casos de listeriose humana descritos, porém a epidemiologia do agente ainda é pouco estudada. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi analisar a diversidade genética de cepas isoladas em diferentes pontos da cadeia produtiva da carne suína no Estado de São Paulo e compará-las a amostras de origem humana através da Eletroforese em Gel de Campo Pulsado (PFGE).

Material e Métodos: Foram avaliados 64 isolados de L. monocytogenes originários de amostras de carne e ambiente de abatedouros de suínos e mercados do Estado de São Paulo além de 10 isolados de origem humana. As amostras foram sorotipificadas pelo Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro. Os isolados foram reativados do meio de estoque e semeados em meio ALOA a 37ºC por 48h. Desta cultura, uma colônia foi adicionada a caldo BHI mantido por 48 h a 37ºC. A partir do caldo foi realizada a montagem dos blocos de agarose para extração do DNA bacteriano e posterior digestão com a enzima de restrição ApaI. A PFGE foi conduzida num período de 20 horas a 6 V/cm, ângulo fixo de 120o, com pulso inicial de 2 e final de 20 segundos no sistema de CHEF DR III Chiller System (Bio-Rad). O gel foi corado com Syber Safe® e fotografado sob luz ultravioleta. Os géis foram analisados com software GelWorks 1D Advanced-UVP (Bioimaging Systems).

Resultados: Foram detectados 23 perfis distintos através da PFGE que, apesar de heterogêneos, apresentaram alta similaridade. O PFGE distinguiu os isolados da linhagem I, correspondentes aos sorotipos 4b e 1/2b que englobou a maioria das cepas de mercado e humanas, e discriminou a linhagem II que corresponde as amostras dos sorotipos 1/2a e 1/2c originárias, em sua maioria, de abatedouro e de três cepas de origem humana. Em apenas uma linha de produção houve aparente disseminação da contaminação do abatedouro para o mercado.

Conclusão: A genotipagem das amostras de L. monocytogenes pela PFGE confirma a distinção dos isolados em duas linhagens e sugere que a contaminação pelo agente no abatedouro não persiste nos mercados, indicando assim duas possíveis vias de contaminação da carne suína e, conseqüentemente, do homem.


Palavras-chave:  Carne suína, Genotipagem, Listeria monocytogenes, PFGE