II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MV-001


Poster (Painel)
MV-001EPIDEMIOLOGIA MOLECULAR DE CEPAS DE Listeria monocytogenes DE DIVERSAS ORIGENS.
Autores:Renata Paixão (USP - VPS/Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) ; Luisa Zanolli Moreno (USP - Prática de Saúde Pública/Faculdade de Saúde PúblicaUSP - VPS/Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) ; Débora Dirani Sena de Gobbi (USP - VPS/Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) ; Daniele Cristine Raimundo (USP - VPS/Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia) ; Ernesto Hofer (IOC-FIOCRUZ - Laboratório de zoonozes bacterianas/IOC) ; Maria Helena Matte (USP - Prática de Saúde Pública/Faculdade de Saúde Pública) ; Andrea Micke Moreno (USP - VPS/Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia)

Resumo

Introdução: A importância da Listeria monocytogenes deve-se ao fato de ser um agente zoonótico, transmitido por alimentos, causador de infecções potencialmente letais. Dentre as fontes de infecção têm-se os produtos de origem animal, como a carne suína. No Brasil existem casos de listeriose humana descritos, mas poucos estudos epidemiológicos sobre o agente. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar cepas isoladas em pontos da cadeia produtiva da carne suína no Estado de São Paulo e amostras de origem humana através de ERIC-PCR e AFLP.

Material e Métodos: Foram avaliados 93 isolados de L. monocytogenes, sendo 83 originários de amostras de carne e ambiente de abatedouros de suínos e mercados do Estado de São Paulo e 10 isolados de origem humana. As amostras foram sorotipificadas pelo Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro. Os isolados foram reativados do meio de estoque e semeados no meio ALOA a 37ºC por 48h. Desta cultura, uma colônia foi adicionada a 4 ml de caldo BHI mantido por 48 h a 37ºC. Do caldo, foi obtido um pelete a partir do qual foi realizada a extração do DNA e, posteriormente, a ERIC-PCR e AFLP. Os produtos de amplificação foram detectados por eletroforese em gel de agarose corado com Syber Safe® e fotografado sob luz ultravioleta. Os géis foram analisados com software GelWorks 1D Advanced-UVP (Bioimaging Systems).

Resultados: Os sorotipos mais encontrados nos isolados de ambiente dos abatedouros e de carne suína foram o 4b e 1/2c. Nas amostras de origem humana, houve maior incidência dos sorotipos 1/2a e 4b. O resultado obtido corrobora a literatura, já que o sorotipo 4b é freqüente nos isolados de amostras ambientais e humanas, sendo o mais patogênico na infecção humana, e o sorotipo 1/2c, além de ser um dos mais detectados em amostras de ambiente, é menos isolado de humanos. A partir da ERIC-PCR e do AFLP foram observados, respectivamente, 19 e 21 perfis para as amostras de L. monocytogenes. Houve distinção entre as amostras isoladas de abatedouros e de açougues, sendo reunidas cepas de origem humana em ambos os grupos, com tendência a distinguir entre os sorogrupos capsulares. Em apenas uma linha de produção houve aparente disseminação da contaminação do abatedouro para o mercado.

Conclusão: A genotipagem das amostras de L. monocytogenes sugere duas possíveis vias de contaminação para carne suína e, conseqüentemente, para o homem.


Palavras-chave:  AFLP, Carne suína, ERIC-PCR, Listeria monocytogenes