II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MV-004


Poster (Painel)
MV-004Detecção de fator de virulência de estirpes de Campylobacter spp. isoladas de suínos abatidos em frigoríficos do estado de São Paulo.
Autores:Genilva Oliveira Silva (IB - Instituto Biológico) ; Aline Feola de Carvalho (IB - Instituto Biológico) ; Simone Miyashiro (IB - Instituto Biológico) ; Alessandra Figueiredo de Castro Nassar (IB - Instituto Biológico) ; Rosa Maria Piatti (IB - Instituto Biológico) ; Eliana Scarcelli (IB - Instituto Biológico)

Resumo

A campilobacteriose é uma zoonose de distribuição mundial. Atribui-se como via de transmissão para o homem o consumo de alimentos de origem animal contaminados, como carne de aves e de suínos mal processadas e leite não pasteurizado. A contaminação de carcaças de suínos em frigoríficos é considerada o principal fator de risco para infecções humanas. Onze fatores de virulência têm sido relacionados à patogênese do Campylobacter jejuni e C. coli em infecções humanas e animais, principalmente a toxina citoletal distensiva (CDT). O gene cdt consiste de três genes adjacentes (cdtA, cdtB e cdtC), onde a presença dos três é requerida para a plena atividade da toxina. O presente trabalho teve por objetivos isolar e identificar bioquimicamente estirpes de Campylobacter spp. de amostras de carcaças, fezes e linfonodos mesentéricos de suínos abatidos em frigoríficos do estado de São Paulo; confirmar pela genotipagem as espécies C. jejuni e C. coli pela pesquisa dos genes hipuricase e aspartoquinase respectivamente; e detectar pela técnica da Multiplex-PCR, a presença do complexo de genes cdt. Foram analisadas 195 amostras (65 swabs de carcaças, 65 swabs retais e 65 linfonodos mesentéricos), sendo isoladas 31 estirpes de Campylobacter spp., 28/31 (90,3%) C. coli e 3/31 (9,7%) C. jejuni. Dentre elas, uma estirpe de C. coli foi isolada de carcaça; 26 C. coli e três C. jejuni de swab retal e uma estirpe de C. coli de linfonodo mesentérico. Quanto à detecção dos genes cdt, 26/28 (92,8%) estirpes de C. coli foram positivas para os três genes (cdtA, cdtB e cdtC) e 2/28 (7,2%) para os genes cdtA e cdtC. Para o C. jejuni todas as estirpes foram negativas para os três genes. Nas estirpes onde foram detectados os três genes cdt a expressão da toxina torna-se viável, enquanto que nas estirpes mutantes, onde não foram detectados os três genes, é provável que não ocorra a atividade da toxina. O emprego das técnicas moleculares forneceu, pela primeira vez no Brasil, informações adicionais que demonstram a presença de suínos contaminados por estirpes de Campylobacter spp. virulentas, portadoras do complexo de genes cdt, nos frigoríficos paulistas.


Palavras-chave:  Campylobacter spp., Suínos, Frigoríficos, Fator de virulência, Toxina CDT