Resumo

Introdução: O Acinetobacter baumannii é um cocobacilo Gram negativo não fermentador de glicose que possui importância no ambiente hospitalar por tratar-se de um patógeno responsável por uma variedade de infecções nosocomiais (bacteremias, meningites secundárias, pneumonia por ventilação mecânica e infecções do trato urinário) especialmente em pacientes de unidades terapia intensiva e demais serviços clínicos. O uso não racional de antimicrobianos hospitalares contribuiu expressivamente para dificuldades com relação ao tratamento de pacientes internados. Objetivo: Determinar o perfil de resistência in vitro aos antimicrobianos das cepas de A. baumannii isoladas de pacientes internados no HGU. Metodologia: Os 40 isolados clínicos foram obtidos dos pacientes internados entre julho a dezembro de 2009. A identificação da espécie seguiu métodos convencionais e comerciais para caracterização do microrganismo em questão, e a susceptibilidade aos antimicrobianos foi determinada pelo método de disco-difusão em ágar (Mueller-Hinton), de acordo com as normas do "Clinical and Laboratory Standards Institute" (CLSI). Resultados: Dos 40 isolados analisados 44% e 15% foram provenientes das unidades de terapia intensiva adulta e neonatal, 33% e 8% respectivamente referentes as clínicas: médica e cirúrgica. Destas cepas, 27,5% foram oriundas de secreção pós-operatório e aspirado traqueal, 20% de urina, 17,5% de sangue e 7,5% de líquido cefalorraquidiano. Quanto à susceptibilidade aos antimicrobianos, 82% apresentaram resistência a ceftazidima e ceftriaxone, 80% ao ciprofloxacino, 70% a cefepime, 68% a amicacina e aztreonam, 62% ao imipenem e meropenem, 2% a ampicilina+sulbactam. A ausência de resistência foi detectada para tigeciclina. Conclusão: A adoção de medidas de controle e prevenção da transmissão destes microrganismos no âmbito hospitalar deve ocorrer em função da detecção dos mesmos.