Introdução: Pseudomonas aeruginosa é um patógeno oportunista associado a infecções hospitalares, frequentemente isolado em hospitais do Brasil. A emergência de cepas multirresistentes que limitam as opções terapêuticas de tratamento é um problema de saúde pública. Além disso, diversos mecanismos de resistência podem ser expressos por este patógeno, sendo a produção de metalo-beta-lactamases (MBL) um dos mais importantes. O objetivo do estudo foi avaliar a frequência de amostras multirresistentes (MR) e verificar a ocorrência de MBL por método molecular.
Metodologia: Foram avaliadas 108 amostras de P. aeruginosa isoladas de hospitais da rede pública de Maceió-AL, no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2010. A identificação bacteriana foi realizada por métodos convencionais e o perfil da susceptibilidade antimicrobiana foi determinado através do método de disco-difusão em ágar, padronizado pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). O fenótipo de MR foi definido através da resistência a quatro ou mais classes de agentes antimicrobianos. A detecção molecular dos genes blaSPM-1, blaIMP-1 e blaVIM-2 foi realizada através da reação em cadeia da polimerase (PCR).
Resultados: A maior frequência de P. aeruginosa foi obtida de secreção de ferida (30,56%) e urina (29,63%). Através do perfil de susceptibilidade antimicrobiano foi possível verificar elevados índices de resistência às cefalosporinas (61,1%) e às fluoroquinolonas (51,9%). O fenótipo de MR foi observado em 32 amostras, dentre as quais foi verificada a ocorrência dos genes blaSPM-1 (13/32) e blaIMP-1 (1/32). Não houve detecção do gene blaVIM-2. As amostras isoladas de urina apresentaram os maiores índices de resistência, sendo 62,5% resistentes aos aminoglicosídeos e fluoroquinolonas e 75% resistentes às cefalosporinas. O fenótipo de MR foi observado em 14 amostras isoladas de urina, das quais, 57,14% eram produtoras da metaloenzima SPM-1.
Conclusões: A frequência de P. aeruginosa MR foi considerada alta e a ocorrência de MBL foi um dos mecanismos mais prevalentes. Amostras isoladas de urina apresentaram complexos fenótipos de resistência, com elevados índices de MR e de ocorrência de MBL.
Apoio: FAPEAL