II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-043


Poster (Painel)
MH-043ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE MICRORGANISMOS RECUPERADOS DE INFECÇÃO EM CONJUNTO PLACA-PARAFUSO E PARAFUSOS DE AÇO INOXIDÁVEL AUSTENÍTICO APÓS REMOÇÃO CIRÚRGICA
Autores:Cássio Antonio Lanfredi dos Santos (FCFAR - UNESP - Prog. Pós-Grad. Biociências e Biotecnologia Apl. à Farmácia) ; Flávio Ferraz de Campos Júnior (EESC/FMRP/IQSC - USP - Programa de Pós-Graduação Interunidades em Bioengenharia) ; Adilson César Abreu Bernardi (UNIARA - Lab. de Microbiologia Clínica - Centro Univ. de Araraquara) ; Tomaz Puga Leivas (IOT - HCFMUSP - Lab. de Biomecânica - Inst. Ortop. Traum. do Hosp. Clínicas) ; Kodi Edson Kojima (IOT - HCFMUSP - Inst. de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas) ; Antonio Carlos Pizzolitto (FCFAR - UNESP - Univ. Estadual Paulista- Faculdade de Ciências Farmacêuticas) ; Elisabeth Loshchagin Pizzolitto (FCFAR - UNESP - Prog. Pós-Grad. Biociências e Biotecnologia Apl. à FarmáciaEESC/FMRP/IQSC - USP - Programa de Pós-Graduação Interunidades em Bioengenharia)

Resumo

Os biomateriais são utilizados para substituir partes do corpo humano, e dentre eles os mais indicados para implantes ortopédicos são o aço inoxidável austenítico, as ligas de titânio e ligas de cromo-cobalto. São resistentes à corrosão, biocompatíveis e seu uso é bastante difundido, tanto em próteses de uso permanente ou em estruturas de osseointegração (pinos, parafusos) de uso temporário, devido ao custo mais baixo. No entanto, a interação destes materiais com o tecido vivo pode ocasionar um processo infeccioso, e os microrganismos apresentam-se em biofilme que é de difícil controle e erradicação. O objetivo do trabalho foi isolar e identificar os microrganismos recuperados de infecção relacionada a implantes ortopédicos metálicos e detectar a resistência aos antimicrobianos. Foram estudados os conjuntos de placa-parafuso e parafusos de aço inoxidável austenítico ASTM F138/F139 e ISO NBR 5832-1/9 após remoção cirúrgica. Os conjuntos metálicos foram transportados em bolsa esterilizada de polietileno para o Laboratório de Microbiologia Clínica, lavados em solução tampão fosfato-salino e submetidos ao banho ultra-sônico em freqüência de 40±2 kHz por 5 minutos para recuperação de microrganismos aderidos ao implante. Do fluido sonicado uma alíquota foi semeada em agar sangue de carneiro 5%, agar MacConkey, agar Sabouraud e incubados a 37ºC por 24 horas para isolamento de microrganismos. As colônias crescidas foram enumeradas e classificadas por técnicas microbiológicas. O perfil de resistência das cepas isoladas foi classificado de acordo com o documento CLSI 2010, e o tipo de bactéria identificada. Os microrganismos isolados dos conjuntos de placa-parafuso e parafusos foram os estafilococos coagulase-negativa com perfil de resistência à eritromicina, oxacilina e clindamicina; Pseudomonas aeruginosa apresentou resistência para sulfametoxazol/trimetoprim e ampicilina; Acinetobacter baumannii com resistência à ceftazidima. Através dos resultados, comprovou-se a presença de agentes bacterianos responsáveis por altas taxas de incidência de infecções hospitalares e contaminações em materiais cirúrgicos. As cepas isoladas apresentaram resistência múltipla aos antimicrobianos, cujo um suposto aumento no tratamento empírico e utilização não racional de antimicrobianos necessitam de medidas preventivas para seu controle de infecção e resistência bacteriana.


Palavras-chave:  Aço Inoxidável Austenítico, Biofilme, Banho Ultra-sônico, Infecção em Biomaterial, Implante Ortopédico