II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica
Resumo:MH-007


Poster (Painel)
MH-007FORMAÇÃO DE BIOFILME IN VITRO DE Pseudomonas aeruginosa SOBRE CIMENTO ÓSSEO COM E SEM GENTAMICINA
Autores:Cássio Antonio Lanfredi dos Santos (FCFAR - UNESP - Prog. Pós-Grad. Biociências e Biotecnologia Apl. à Farmácia) ; Flávio Ferraz de Campos Júnior (EESC/FMRP/IQSC - USP - Programa de Pós-Graduação Interunidades em Bioengenharia) ; Adilson César Abreu Bernardi (UNIARA - Lab. de Microbiologia Clínica - Centro Univ. de Araraquara) ; Tomaz Puga Leivas (IOT - HCFMUSP - Lab. de Biomecânica - Inst. Ortop. Traum. do Hosp. Clínicas) ; Antonio Carlos Pizzolitto (FCFAR - UNESP - Prog. Pós-Grad. Biociências e Biotecnologia Apl. à Farmácia) ; Elisabeth Loshchagin Pizzolitto (FCFAR - UNESP - Prog. Pós-Grad. Biociências e Biotecnologia Apl. à FarmáciaEESC/FMRP/IQSC - USP - Programa de Pós-Graduação Interunidades em Bioengenharia)

Resumo

A infecção bacteriana é a principal complicação que um procedimento de artroplastia de quadril ou joelho pode apresentar, e Pseudomonas aeruginosa é um dos principais agentes causadores de infecção hospitalar e contaminação de materiais cirúrgicos. Para prevenir a aderência bacteriana, incorporou-se ao cimento ósseo a base de polimetilmetacrilato (PMMA) o antibiótico sulfato de gentamicina. O objetivo deste trabalho foi observar a aderência e formação de biofilme por P. aeruginosa (ATCC 27853) sobre a superfície do cimento ósseo a base de PMMA de procedência internacional, com e sem gentamicina, por métodos microbiológicos e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Foram produzidos corpos-de-prova (CDP) de cimento ósseo com e sem gentamicina e incubados com a bactéria por 1, 6, 24, 48 e 72 horas. Após os períodos de incubação, os CDP preparados para viabilidade celular foram lavados com tampão fosfato-salino e submetidos ao banho ultra-sônico em freqüência de 40±2 kHz por 8 minutos, para recuperação de bactérias aderidas ao cimento ósseo. Os CDP preparados para MEV foram fixados em glutaraldeído 2,5%, desidratados em alcoóis e metalizados. Por MEV observou-se bacilos aderidos e agrupamentos celulares em todos os períodos de incubação para os CDP de cimento ósseo com e sem gentamicina. A viabilidade das células recuperadas da superfície do cimento ósseo sem gentamicina variou de 105 a 106 Unidades Formadoras de Colônias/mL (UFC/mL), e para o cimento com gentamicina as UFC/mL variou de 103 a 105 UFC/mL em todos os períodos de incubação. Em 24 horas de incubação, recuperou-se o maior número de células aderidas às superfícies dos CDP com e sem gentamicina. Os dados sugerem que o antibiótico incorporado ao cimento ósseo não impediu a aderência bacteriana e não inibe formação de biofilme de P. aeruginosa. As infecções de materiais implantáveis por P. aeruginosa são cada vez mais freqüentes. A produção do biofilme sobre a superfície de um material implantado é um importante fator de virulência e um passo crucial na fisiopatologia da infecção. A formação de biofilme pode alterar a atividade do agente antimicrobiano adicionado ao biomaterial.


Palavras-chave:  BIOFILME, Pseudomonas aeruginosa, CIMENTO ÓSSEO, POLIMETILMETACRILATO (PMMA), GENTAMICINA