Nova classe de antibióticos combate superbactérias

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Antibióticos à base de inibidores da enzima LpxC: em nenhuma das dosagens testadas foram verificados efeitos colaterais graves

Crédito foto: Equipe SBM

O composto mostrou-se eficaz no tratamento de uma série de infecções, incluindo a peste bubônica

Uma nova classe de antibióticos, batizada de LPC-069, mostrou-se capaz de combater superbactérias. É o que relata um estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e do Instituto Pasteur de Lille, na França, no periódico científico mBio, da Sociedade Americana de Microbiologia. O composto, à base de inibidores da enzima LpxC, que atua na biossíntese do lipídeo A que faz parte dos lipopolissacarídeos da membrana externa de bactérias gram-negativas, mostrou-se eficaz no tratamento de uma série de infecções bacterianas, incluindo a peste bubônica.

De acordo com os autores, os estudos in vivo, realizados em pacientes do Hospital Universitário de Lille, demonstraram a atividade antibiótica da droga contra mais de uma dúzia de doenças bacterianas, incluindo linhagens resistentes a múltiplos fármacos. No caso de Yersinia pestis, bactéria que é extremamente virulenta e causa a peste bubônica, os testes foram realizados em camundongos. Em nenhuma das dosagens testadas foram verificados efeitos colaterais graves. “Nosso estudo mostra que a enzima LpxC é um alvo viável e podemos administrar o composto em níveis muito altos sem toxicidade visível”, afirmou Pei Zhou, bioquímico e biólogo estrutural da Universidade Duke, e um dos coordenadores do estudo.

Experiências anteriores já haviam sido realizadas com um outro inibidor da enzima LpxC, a droga LPC-058, que também se mostrou eficiente em tratar infecções pela Y.pestis em camundongos. Entretanto, esse composto provocou efeitos colaterais como diarreia, acúmulo de glóbulos brancos nos pulmões e intestinos e toxicidade hepática.

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