Locais de provas aquáticas da Olimpíada do Rio apresentam vírus acima de nível considerado alarmante

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Novos testes encomendados pela agência de notícias AP revelaram que o risco de contaminação dos atletas é alto mesmo longe da costa

Uma nova rodada de testes encomendada pela agência de notícias Associated Press reprovou a qualidade da água em locais que serão cenário de competições durante a Olimpíada do Rio de Janeiro. Segundo os exames, a água da Baía de Guanabara e da Lagoa Rodrigo de Freitas apresenta altos níveis de vírus e bactérias mesmo longe da costa, onde é lançado o esgoto da cidade. De acordo com a agência, amostras recolhidas a 1,3 quilômetro da terra, na Baía de Guanabara, ou a 200 metros da margem da Lagoa — o que corresponde ao posicionamento das raias de remo e canoagem — continham uma quantidade de vírus 30.000 vezes mais alta que o nível classificado como ‘muito alarmante’ nos Estados Unidos e na Europa.

Conforme o laudo obtido pela AP, os micro-organismos encontrados durante os testes poderiam causar infecções intestinais e respiratórias e até danos cardíacos e cerebrais, embora estes últimos sejam menos comuns. Em entrevista à AP, Kristina Mena, especialista em vírus transmitidos pela água e professora de Saúde Pública no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, declarou que o ambiente onde as competições acontecerão é extremo, com uma poluição tão intensa que a probabilidade de infecção é muito alta, razão pela qual nenhum dos locais de provas aquáticas seria seguro para os atletas, sejam eles nadadores ou competidores em embarcações. “Os vírus estão em toda a extensão da água, o que aumenta a exposição das pessoas em contato com ela”, disse Kristina.

Para o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, não seria a primeira vez que os atletas enfrentariam condições ambientais ruins em uma Olimpíada. “Quem não se lembra de Pequim, que talvez tenha sido a pior água para os atletas do mundo inteiro?”, diz ele.

 

Leia a íntegra da reportagem da AP:

http://www.theguardian.com/sport/2015/dec/02/rio-olympics-2016-water-pollution