Proteína reforça barreira hematoencefálica contra a malária cerebral

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Cérebro: durante inflamação sistêmica, a camada protetora de células que circunda o órgão é afetada

Crédito foto: PublicDomainPictures.net

Combinada ao fármaco artesunato, a angiopoietina evitou danos cerebrais nas cobaias, mesmo quando administrada em estágios mais tardios da infecção

Impulsionar os níveis de uma proteína vascular pode proteger contra os danos da malária cerebral – uma forma avançada e letal de malária que mata 652.000 pessoas a cada ano. É o que sugere um novo estudo realizado por instituições de pesquisa dos Estados Unidos, Canadá e Uganda e publicado em outubro da revista Science. Os achados sugerem que uma versão medicamentosa da proteína poderia ser combinada com as drogas antimalária usualmente prescritas.

A atual terapia de primeira linha para a malária cerebral é o fármaco artesunato. Entretanto, testes clínicos sobre esse composto envolvendo crianças e adultos têm levantado preocupações sobre sua segurança.

Com o objetivo de desenvolver terapias direcionadas à resposta imune do hospedeiro e não apenas ao parasita, a equipe de Sarah Higgins, do Laboratório de Medicina e Patologia da Universidade de Toronto mirou na angiopoietina, um regulador da função dos vasos sanguíneos, como um alvo em potencial.

Ao examinar amostras de sangue de 82 crianças de Uganda com malária severa, os pesquisadores descobriram que altos níveis de angiopoietina estão associados a uma melhor recuperação clínica. Num modelo murino de malária cerebral, a angiopoietina foi crítica para reforçar a barreira hematoencefálica, a camada protetora de células que circunda o cérebro, diminuída durante a inflamação sistêmica. O uso da proteína combinado ao artesunato, mesmo quando administrado em estágios mais tardios da infecção, protegeu os ratos do dano cerebral e aumentou sua taxa de sobrevivência em comparação com o uso isolado do artesunato.

Os autores afirmam que o tratamento baseado na angiopoietina pode vir a ser uma alternativa terapêutica contra a malária cerebral e, possivelmente, contra outras doenças infecciosas severas.

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