Mudanças na microbiota protegem ursos dos efeitos nocivos da obesidade

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Urso pardo se alimentando: bactérias intestinais evitam aumento da tolerância à glicose em fases de aumento da ingestão de gorduras

Crédito foto: Steve Hillebrand, Fish and Wildlife Service (USA) /
Domínio Público

Descoberta pode servir de modelo para o desenvolvimento de novas terapias contra o ganho de peso

Durante o verão, os ursos pardos intensificam sua alimentação e duplicam seus depósitos de gordura para usá-los durante o período de hibernação. O que chama a atenção é que, embora se tornem obesos no verão, os ursos se mantêm metabolicamente saudáveis, o que contrasta com a forte associação entre obesidade e resistência à insulina em humanos. Mas um artigo publicado em fevereiro no periódico científico Cell Reports sugere que a explicação poderia estar em mudanças sazonais na composição da microbiota intestinal desses animais.

Ao analisar os micro-organismos presentes no intestino de ursos pardos durante sua fase ativa e a de hibernação, os pesquisadores das universidades de Gotemburgo, na Suécia, e de Duke, nos Estados Unidos, descobriram que, durante o verão, os filos bacterianos dominantes são as Proteobactérias, Firmicutes e Actinobactérias. Já durante o inverno, os Bacteroidetes têm sua presença elevada, enquanto os Firmicutes e Actinobactérias tornam-se menos abundantes.

Para verificar os efeitos dessas mudanças sobre o metabolismo, os cientistas transplantaram as microbiotas de verão e inverno dos ursos para ratos. Aqueles que receberam o ecossistema microbiano de verão tiveram um acúmulo de gordura e um ganho de peso superiores aos verificados entre os ratos colonizados pela microbiota de inverno. Apesar disso, os primeiros não tiveram um aumento na tolerância à glicose, como aconteceria entre os humanos.

Para os autores, os resultados sugerem que a alteração na composição da microbiota contribui para mudanças metabólicas, o que poderia se constituir num modelo para desenvolver novas terapias de combate à obesidade.

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