Esclarecido porque segunda infecção por dengue favorece febre hemorrágica

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Mosquito Aedes aegypti: dengue hemorrágica provoca rompimento de vasos sanguíneos e falência dos órgãos

Crédito foto: Pixabay

Estudo traz alerta importante para a pesquisa de vacinas contra os flavivírus

Os testes de laboratório e com modelos animais têm demonstrado que uma segunda exposição à dengue está associada a uma manifestação mais severa da doença. Trata-se de um fenômeno chamado de fortalecimento anticorpo-dependente, conhecido há décadas, mas ainda pouco compreendido.

Um novo estudo, realizado na Nicarágua, ajudou a esclarecer o assunto. Entre 2004 e 2016, pesquisadores da Universidade da Califórnia observaram os efeitos da dengue em mais de 8 mil crianças nicaraguenses com graus variados de exposição ao vírus e, consequentemente, níveis variados de anticorpos.

Eles concluíram que aquelas com uma estreita faixa de concentração de anticorpos específicos para os vírus da dengue tinham uma chance mais de sete vezes maior de desenvolver febre hemorrágica do que aquelas que não foram expostas ao vírus ou do que crianças com níveis muito altos de anticorpos.

Para os autores, os achados deixam um alerta importante para pesquisadores que estudam a formulação de um imunizante contra os flavivírus, já que uma vacina que induza o aumento dos anticorpos a graus próximos desse nível crítico poderia até elevar o risco do desenvolvimento de febre hemorrágica em relação a uma pessoa não vacinada.

Em todo o mundo, milhões de pessoas são infectadas anualmente pela dengue. Os casos mais graves levam à dengue hemorrágica, que provoca o rompimento de vasos sanguíneos e a falência dos órgãos.

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