Resumo

O contato mais pr�ximo de pombos urbanos (Columba livia) com os humanos favorece a transmiss�o de fungos oportunistas associados a excretas secas da ave, que podem causar infec��es, principalmente em indiv�duos imunocomprometidos, ap�s a inala��o de prop�gulos vi�veis. Portanto, foi investigada a ocorr�ncia de fungos de interesse m�dico em amostras de excretas secas de pombos em �reas p�blicas de Macei�, AL. Foram coletadas, por raspagem, excretas em 10 pontos (30 amostras), distribu�das em locais de alto fluxo de pessoas e com�rcio. Foram homogeneizadas 2g de cada amostra em 20mL de salina com 0,2g/L de cloranfenicol. Al�quotas de 0,1mL do sobrenadante foram semeadas, em triplicata, em placas com �gar Sabouraud dextrose e incubadas a 30^oC, por at� cinco dias, para avalia��o macromorfol�gica das col�nias, e as estruturas f�ngicas observadas sob microscopia de luz, ap�s microcultivo. Cryptococcus foi identificado pela produ��o de c�psula, teste da urease, e atividade de fenoloxidase. Candida spp foram semeadas em HiChrome Candida differential �gar. Do total, 56,0% (56/100) foram de filamentosos e 44,0% (44/100) de leveduras. Dos filamentosos, at� o momento, obtivemos 27 isolados, sendo os mais frequentes: Paecilomyces, 25,9% (7/27), Aspergillus, 22,2% (6/27), e Penicillium, 18,5% (5/27), seguidos por Geotrichum, 11,1% (3/27) e Scedosporium, 7,4% (2/27). Fusarium, Syncephalastrum, Trichoderma e Mycelia Sterilia, foram os menos frequentes, 3,7% (1/27), cada. Dentre os leveduriformes, a positividade de Cryptococcus foi de 45,4% (20/44), de Rhodotorula, de 6,8% (3/44) e de Candida, de 47,7% (21/44). Candida spp, foram observadas em 33,3% (7/21) dos isolamentos. C. glabrata, a mais frequente, em 42,8% (9/21), seguida por C. albicans e C. krusei, em 9,5% (2/21), cada, e a menos frequente, C. tropicalis, em 4,8% (1/21). Em geral, esses fungos s�o sapr�bios em solo e mat�ria org�nica, e de baixa virul�ncia, mas podem emergir como oportunistas em pacientes com o sistema imune comprometido, causando sinusites, fungemias, endocardites, peritonites, infec��es pulmonares, e cerebrais. A presen�a de fungos com potencial patog�nico ao homem, no material analisado, refor�a a necessidade de redu��o da popula��o de pombos ou a remo��o das excretas em locais de circula��o p�blica, para minimizar o risco de exposi��o �s estruturas f�ngicas.