XXI ALAM
Resumo:407-1


Poster (Painel)
407-1MRSA ST5-SCCmecII E SUA SLV ST105-SCCmecII COM SENSIBILIDADE REDUZIDA À TIGECICLINA SÃO PREVALENTES EM VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E DEMONSTRAM CARÁTER ENDÊMICO EM HOSPITAL DE BELO HORIZONTE
Autores:Andrei Nicoli Gebieluca Dabul (USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) ; Waldomiro Thiago Corsi (USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) ; Simoni Camila Bogni (USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) ; Hyllo Baeta Marcello Júnior (GLLM - GERALDO LUSTOSA LABORATÓRIO MÉDICO) ; Ilana Lopes Baratella da Cunha Camargo (USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO)

Resumo

Staphylococcus aureus resistente à Meticilina (MRSA) é um importante patógeno nosocomial e o rastreamento de linhagens é necessário para monitorar disseminação e detectar possíveis surtos. Neste estudo, 36 amostras de MRSA isoladas de 23 pacientes em 6 meses, sendo 25 de infecção e 11 de colonização, foram caracterizadas por PFGE, MLST, tipagem SCCmec, determinação da sensibilidade à diversas drogas e triagem para detecção de h-VISA. Observou-se nas amostras de infecção 24% de resistência à tigeciclina e 36% à níveis intermediários de quinupristin/dalfopristin. Por microdiluição, 2 amostras (8%) eram sensíveis à daptomicina após 24 h (1 mg/L) e resistentes após 48 h (2 mg/L). Nenhuma delas era VISA ou h-VISA. PFGE dividiu todas as amostras em pulsotipos de A-H. Análises por MLST e tipagem de SCCmec do pulsotipo A e seus subtipos, equivalente a 58,3% das amostras, indicaram que suas linhagens pertencem ao CC5 (ST5 e ST105) e contêm SCCmecII. O mesmo foi encontrado para pulsotipos B e C. Os tipos D e E, contêm apenas amostras do CC5, porém com SCCmec variados. Observou-se uma prevalência de linhagens do CC5 dentre as amostras de infecção, 54% pertencendo ao ST5 e 29% ao ST105. Resistência à tigeciclina foi encontrada somente na linhagem ST105-SCCmecII com pulsotipos variados que foram isolados de 6 pacientes diferentes, dos quais 2 também estavam colonizados pelo mesmo pulsotipo de sua amostra de infecção. Quatro amostras do estudo pertencem a outros CCs, 3 ST239 e 1 ST97, que é frequentemente associado à casos de mastite bovina. Todas ST239 apresentam SCCmecIII, relacionando-se ao Clone Brasileiro Endêmico (BEC). Das 13 amostras ST5, 12 tem SCCmecII, como o clone NY/J e apenas 1 tem SCCmecIV, como o clone Pediátrico. Nos últimos anos, uma mudança da linhagem prevalente nos hospitais brasileiros tem sido reportada, com BEC sendo substituído pela linhagem mundialmente disseminada, a ST5-SCCmecII e suas single locus variants. BEC não era prevalente neste hospital em 2009 e os quadros de infecção por MRSA mostram prevalência das linhagens ST5-SCCmecII e ST105-SCCmecII com o agravante de uma tendência dessa última apresentar resistência à tigeciclina. No entanto, não há disseminação de um genótipo idêntico identificável por PFGE, o que sugeriria um surto; houve modificação genética ao longo do tempo sugerindo caráter endêmico das linhagens neste hospital.


Palavras-chave:  COMPLEXO CLONAL 5, MRSA, SENSIBILIDADE REDUZIDA À TIGECICLINA, Staphylococcus aureus